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O setor de energia no Brasil está enfrentando cenários imprevisíveis, a queda do consumo ocasionado pela pandemia e o atual agravamento da crise hídrica brasileira causam preocupação inclusive no âmbito internacional.
A Agência Internacional de Energia - IEA vem publicando dados diários relacionados à energia, e mostrou que países em lockdown apresentaram redução de 25% na demanda semanal de energia, enquanto países que implementaram restrições parciais apresentaram queda de 18%, um resultado sete vezes maior do que o visto após a crise financeira de 2008.
No Brasil, o consumo total verificado de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional atingiu 202.345 GWh nos cinco primeiros meses de 2019, representando crescimento de 1,8% em relação ao verificado no mesmo período de 2018. A carga dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte apresentaram, no período janeiro-julho/2019, variações positivas de, respectivamente, 2,3%, 1,6%, 3,4% e 2,6% sobre igual período do ano anterior. As projeções da demanda de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional - SIN - 2018-2022 (EPE, 2019) foram de uma maior contribuição do consumo em baixa tensão (comercial e residencial, principalmente) e do recuo da participação do consumo industrial.
No primeiro trimestre de 2020 o SIN apresentou queda de 0,9% no consumo de energia elétrica na comparação com os valores de 2019, e os setores residencial, industrial e comercial apresentaram quedas de 0,3%, 0,4% e 2,2%, respectivamente (EPE, 2020). Na recente revisão extraordinária da previsão de carga para 2020, o impacto da redução do consumo foi vivenciado em todas as regiões do Brasil, com a região Sudeste / Centro-Oeste apresentando a queda mais significativa (-3,6%), seguido pelas regiões Nordeste (-2,3%), Sul (-1,9%) e Norte (-1,5%) (EPE, 2020).
Apesar dessa diminuição do consumo, o Brasil está enfrentando uma crise de escassez no setor. É a pior desde 2001, na questão energética e a maior crise de água dos últimos 91 anos, segundo o ministro de Energia, Bento Albuquerque. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por mais da metade da energia do país, chegaram ao final de abril com o armazenamento mais baixo para o mês desde 2015. E apesar da diminuição do consumo, como a hidroeletricidade é fonte crítica de energia no país, um alerta de escassez de água foi emitido para cinco estados brasileiros.
Na pós-pandemia, a forma e o ritmo da recuperação do setor de energia ainda são incertos. Em uma breve análise sobre as ações governamentais para reequilibrar economicamente e financeiramente os agentes do setor elétrico, destaca-se a criação e a gestão da Conta-COVID pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, que será destinada a receber recursos para cobrir déficits ou antecipar receitas. Para o setor de distribuição de energia, não está descartada a possibilidade de contrapartida por parte do consumidor e a conta de energia poderá ser onerada em médio prazo.
Veja mais:
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Empresa Brasileira de Pesquisa Energética - EPE https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-305/topico-442/NT-%202%C2%AA%20Revis%C3%A3o%20Quadrimestral%202019_20190924.pdf
International Energy Agency -IEA https://www.iea.org/reports/global-energy-review-2020
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