Quando a fórmula 1 entra na cena mundial ela atrai uma enorme atenção do público e da mídia. É um palco para patrocinadores, marcas, tecnologias, e um grande termômetro de tendências de mercado. Também é um ambiente de intensas inovações tecnológicas, com novos materiais, novos sistemas de automação, e novidades constantes em hardware e software.
Assim foi com os freios a disco, com os motores turbo, câmbios automáticos, controle de tração, com a fibra de carbono, com o sistema fly-by-wire, e, mais recentemente, tem sido um grande palco de softwares de gestão.
A sala de engenharia que acompanha os bólidos durante um grande prêmio de F1 é uma verdadeira “sala de guerra”.
Um carro de F1 moderno é um “puro sangue” de softwares e sensores embarcados, um “laboratório 4.0 em movimento”, nível “missão espacial”, e encarna com intensidade uma das principais características da 4a revolução industrial: Sensores integrados se comunicando entre si e com a equipe de gestão, em formato multidirecional, em tempo real.
Um verdadeiro espetáculo tecnológico, e um palco global de tendências de mercado.
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Novas Regras e mais compatitividade
Mas a F1 também é uma competição emocionante. De vez em quando existem mudanças de regras, com o objetivo de aumentar a competitividade e estimular pilotos e engenheiros a buscarem o limite com mais intensidade.
No ano de 2019 uma das principais novidades foi o sistema de pontuação, o qual passou a dar 1 ponto para a melhor volta da corrida. Uma antiga discussão da F1 já que a melhor volta sempre foi computada e divulgada, mas até então não gerava nenhum tipo de pontuação. Outras categorias fazem isso há muitos anos, e a própria F1 já cogitou essa pontuação no passado.
Mas o que aconteceria “SE”
O ano de 1986 viveu aquela que é considerada a melhor temporada da F1 de todos os tempos. 4 pilotos geniais, 3 equipes históricas e 3 motores “peso pesado” disputaram a temporada centímetro a centímetro. Literalmente.
Como exemplo, a corrida da Espanha registra aquela que é a vitória com a menor diferença de todos os tempos da F1: Senna venceu Mansel por 0,014 milésimos de segundo. Literalmente por centímetros.
Prost, Senna, Piquet e Mansel passaram o ano protagonizando os melhores duelos de uma competição “raiz”, na temporada que projetou a F1 para índices estratosféricos de audiência televisiva.
Na temporada de 1986 aconteceu aquela que é considerada a melhor ultrapassagem da F1 de todos os tempos (Piquet sobre Senna na Hungira valendo a liderança). Também em 1986 foi feita a foto considerada a mais emblemática de todos os tempos na F1, mostrando os 4 pilotos que se alternavam na liderança do campeonato, fato inédito na categoria.
Willians, McLaren e Lotus eram assunto constante na mídia. Porsche, Renault e Honda cresceram suas participações no mercado automobilístico, enquanto Ferrari e BMW também procuravam manter seu protagonismo. Os patrocinadores Marlboro, JPS e Cannon riam a toa. A F1 deixava de ser uma “corrida de carros” para se tornar um “megabusiness” em escala global.
Desfecho emocionante
A temporada de 1986 de F1 terminou em uma final surpreendente, na qual Alain Prost sagrou-se campeão vencendo Nelson Piquet por 4″205 segundos. Mas o piloto francês ficaria sem combustível poucos metros depois. “Uma volta a mais e o título teria mudado de mãos”, disseram muitos jornalistas na época. Nunca se viu uma final tão emocionante, digna de um roteiro de Hollywood.
Mas existe um outro fator segundo o qual o título também mudaria de mãos. Naquela temporada Nelson Piquet fez 7 melhores voltas, contra 2 de Prost e 4 de Mansel. Aplicando a nova regra da FIA (1 ponto para a melhor volta) a agência de dados Top Digital mapeou todos os desempenhos da temporada de 1986, piloto por piloto, prova a prova. Piquet teria direito a 6 pontos adicionais, Mansel a 4, e Prost a 1, levando em consideração o sistema “N-5” vigente naquela época, segundo o qual somente os 11 melhores desempenhos eram computados para a definição do Campeão Mundial.
Retotalizados os resultados, a pontuação final seria a seguinte:
Nelson Piquet 75 pontos – Campeão Nigel Mansel 74 pontos – Vice Alain Prost 73 pontos
Poucas temporadas teriam alteração do seu resultado final com a nova regra da volta mais rápida. Mas o melhor e mais competitivo campeonato de F1 de todos os tempos teria outro Campeão.
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